PORQUÊ ENVOLVER-SE NA COMUNICAÇÃO DE CIÊNCIA?

Hoje em dia comunicar é considerada uma função estratégica pela maioria das organizações que interagem com o sistema social. A comunicação permitir-lhe-á identificar-se, justificar-se, estabelecer consenso e trabalhar para atingir objetivos que todos os sistemas tem: sobreviver, proteger-se, obter recursos e crescer.

A grande maioria dos sistemas concordam que existe, atualmente, um desejo absolutamente natural, por parte dos investigadores, de disseminar os seus trabalhos, seja por si próprios ou através do seu campo de estudos. Não há tarefa mais compensadora do que ir ao confins de uma determinada especialização e partilhar a paixão de alguém com os outros.

Seja qual for a razão pela qual decidimos comunicar, se não estivermos aptos a faze-lo será difícil conseguir bons resultados.

Konrad Lorenz tornou-se popular devido à sua extraordinária capacidade para envolver os seus leitores na aventura da eologia. O mesmo se pode dizer de alguns dos melhores comunicadores de ciência.

Para além de partilharem o seu conhecimento, contarem “histórias científicas” que ajudam a transmitir os valores da ciência, os investigadores envolvidos em processos de comunicação do seu trabalho, parecem ganhar ainda uma capacidade para pensar de modo mais racional todos os problemas, mesmo aqueles que nada têm que ver com ciência.

Historicamente, uma das contribuições culturais mais importantes foi o “treino para a democracia”. De facto, foi também através da Ciência que o Ocidente aprendeu a defender as suas próprias convicções, a desconfiar das relações de poder estabelecidas, a tolerar as ideias dos outros e a compreender que todos podem prestar o seu contributo para o progresso do conhecimento.

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