Saturday, December 7, 2024
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Cientistas acabam de revelar mais de 80 genes associados à depressão. A descoberta oferece novas pistas para as causas deste problema.

 

 

A depressão assume-se, atualmente, como uma das doenças mais complexas podendo as suas causas variar em grande número. Os fatores genéticos parecem, no entanto, ter um papel crucial no desenvolvimento da doença. Numa investigação recente um grupo de investigadores analisou o código genético de mais de 300.000 pessoas para procurar identificar áreas do DNA que possam estar associadas à depressão.

 

Este trabalho conduziu à identificação de, aproximadamente, 80 genes que podem, potencialmente, aumentar o risco para a depressão. Este facto pode, assim, explicar por que motivo alguns de nós somos mais, ou menos, susceptíveis a ficar deprimidos. O estudo pode ajudar ainda a explicar o que, de facto, desencadeia a depressão, ajudando os investigadores a desenvolver tratamentos mais adequados e direccionados.

 

Estes dados corroboram evidências anteriores de que grande parte das depressões são 40% genéticas. A variação destes genes resulta num aumento do risco de vir a desenvolver depressão.

 

Recorde-se, aliás, que grande parte dos genes identificados têm diversas funções no cérebro, tendo, inclusivé, alguns deles, um papel ao nível das sinapses. As sinapses cerebrais são junções ou pequenos conectores que permitem às células cerebrais comunicar umas com as outras, através de sinais elétricos e químicos. Alguns dos outros genes identificados conseguem controlar a produção e atividade dos neurotransmissores, uma espécie de mensageiros químicos das células nervosas. Um exemplo disso é a serotonina, um neurotransmissor que nos permite sentirmo-nos bem e que se encontra envolvido nos processos de comunicação cerebral. Desequilíbrios na serotonina estão, frequentemente, associados ao desenvolvimento de transtornos do humor e outras questões como desordens obsessivo-compulsivas e ataques de pânico.

 

Estudos anteriores revelaram, já, uma associação entre a depressão e a serotonina e um outro estudo de referência identificou um gene chamado Slc6a15 que pode amplificar ou reduzir o stress, dependendo do seu nível de atividade. O estudo sugere que pessoas com níveis alterados deste gene em certas regiões cerebrais podem ter um risco muito mais elevado tanto de desenvolver depressão como de desenvolver outras doenças do foro emocional.

 

Os cientistas identificaram, ainda, 5 variantes do gene que podem aumentar o risco individual para vir a cometer suicídio. Estas variantes estão relacionadas com a sobrevivência, crescimento e conexão entre os neurónios.

A depressão é uma das maiores causas de incapacidade global, afetando, aproximadamente, 322 milhões de pessoas em todo o mundo e acontecimentos diários, como stress ou situações traumáticas, podem contribuir para o seu surgimento.

Recorde-se que pessoas com depressão estão 4 vezes mais susceptíveis a ter um ataque cardíaco do que aquelas que não manifestam histórico da doença.

© University of Berkeley, California; University of Florida; University of Hawaii; NIH; Hashem Al-Ghaili.

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