A conclusão é apontada por um estudo realizado pela Universidade da Florida. A morte em massa de abelhas poderá comprometer, a longo prazo, a própria espécie humana.
Sabia que 90% das maiores colheitas mundiais são polonizadas com a ajuda das abelhas? Sabia que, sem elas, as colheitas seriam incapazes de sobreviver naturalmente?
Acredite ou não, por cada 3 alimentos que comemos, devemos agradecer a uma abelha. Todavia, enfrentamos, neste momento, um gravíssimo problema: a morte massiva das abelhas. Só na última década desapareceram um terço das abelhas do Reino Unido, sendo que 24% das abelhas europeias corre, agora, elevado risco de extinção. Diante do panorama, a questão que se coloca é a seguinte: porque estão as abelhas a morrer a esta velocidade impressionante?
A resposta a esta pergunta aponta para variadas causas: pesticidas, seca, destruição do habitat natural, défice de nutrição, poluição do ar, aquecimento global, entre outras. Dito de outro modo: todos parecemos ter uma responsabilidade direta nesta questão.
Repare-se que hoje as grandes empresas de químicos estão a fabricar pesticidas e herbicidas para proteger as colheitas dos insectos e das pragas, mas, ao invés disso, o que está a acontecer é que esses mesmos químicos estão a destruir as abelhas. Um desses exemplos é o de uma classe de pesticidas, chamados neonicotinóides, que inspira especial preocupação.
É que embora a União Europeia tenha banido, recentemente, o uso destes químicos na agricultura (com base nos danos que se provou causarem nas abelhas), a verdade é que estes podem ser encontrados nos pesticidas mais comuns que aplicamos, por exemplo, nos nossos jardins.
No entanto, e diante deste problema, os cientistas parecem ter encontrado uma forma para combater algumas das ameaças enfrentadas pelas abelhas. Trata-se de um extracto de cogumelo, alimentado por abelhas, que reduz, significativamente, os níveis de vírus assassinos que podem afetar estes insectos. Em experiências levadas a cabo no terreno, comprovou-se que as colónias de abelhas alimentadas com estes cogumelos mostravam uma redução de até 79 vezes na incidência do vírus da asa deformada e de 45.000 vezes no vírus Lake Sinai. Diante destes dados os investigadores acreditam, assim, poder ajudar a curar as abelhas de múltiplos vírus.
No entanto, a responsabilidade parece não estar, exclusivamente, do lado da Ciência. Existem múltiplas acções que podemos adotar no nosso dia-a-dia para ajudar a salvar esta espécie.
Se tem relva em casa, uma das primeiras coisas que pode começar por fazer é, precisamente, acabar com ela. É que uma grande extensão de metros quadrados cobertos de relva pode significar muito más notícias para as abelhas selvagens. Este tipo de abelhas deseja viver rodeada por plantas selvagens, com muitas flores por perto, e, desse modo, uma relva bem tratada funciona como uma espécie de deserto para elas.
Se é certo que as abelhas precisam de comer, encher o seu jardim com plantas floridas, ricas em pólen e néctar, pode mesmo ser a melhor opção e uma forma eficaz de ajudar. Evite também usar pesticidas, fungicidas ou herbicidas nas plantas do seu jardim. Estas ficarão, imediatamente, contaminadas e o produto rapidamente atingirá as abelhas, acabando por matá-las.
Outra acção relevante passa por assegurar-se de que as plantas que compra não são tratadas com pesticidas à base de monicotinóides.
Se quer ajudar, assuma ainda o compromisso de comprar mel a produtores locais.
Lembre-se de que o tempo começa a esgotar-se para as abelhas e de que a segurança e protecção da nossa própria alimentação depende da nossa capacidade para encontrar meios de potenciar a capacidade colonizadora destes insectos.
Source: ©University of Florida/ Hashim Al-Ghaili
Tradução: CBMR Communication