Segundo um recente estudo, o facto de um pai fumar, poderá afectar os seus filhos, e até os seus netos, criando danos cerebrais, em grande parte irreversíveis.
Os cientistas descobriram que a exposição continua à nicotina por parte de indivíduos do sexo masculino, para além dos problemas de saúde que traz ao consumidor, leva a alterações em genes chave do esperma, levando a problemas de saúde nos fetos.
No estudo foram utilizados ratos, que só tinham acesso a água com a infusão de pequenas doses de nicotina, durante o período das suas vidas no qual o esperma se desenvolve, e seguidamente os animais foram cruzados com fêmeas, nunca expostas a nicotina, tendo sido observada uma metilação do ADN, que poderá levar a danos cerebrais nos descendentes.
Apesar de nenhum dos pais ter apresentado qualquer tipo de alteração, os seus filhos, de qualquer dos sexos, apresentaram sinais de hiperactividade, défice de atenção e problemas mentais, e os problemas não ficaram por aqui, as fêmeas desta nova geração, quando procriaram com ratos saudáveis, deram à luz ratos que continuavam a apresentar insuficiências cerebrais, embora mais ligeiras.
A análise ao esperma dos ratos originalmente expostos à nicotina, revelou a existência de alterações epigenéticas, e a razão pela qual o estudo se focou mais nos elementos do sexo masculino, foi o facto de, segundo estudos, os indivíduos do sexo masculino fumarem mais, e consequentemente, estarem mais expostos a efeitos nocivos e a alterações genéticas.
Até agora, grande parte dos estudos tem-se focado apenas sobre os efeitos nocivos do tabaco, em particular da nicotina, nos elementos do sexo feminino, no que toca aos efeitos sobre as crianças.
Claro que este estudo, apesar de dar pistas sobre o que deverá acontecer com os humanos, foi levado a cabo em ratos de laboratório, podendo estes resultados não representar um efeito similar no que toca aos seres humanos, mas uma coisa é certa, bem certamente, a nicotina e o tabaco não farão.
Fonte: Ultimate Science