Investigação do CBMR mostra que palavras como “raiva”, “caixão” e “fim” são reconhecidas e processadas mais rapidamente do que, por exemplo, palavras como “flor”, “alegria”, “sossego” ou “abraço”. Investigadores vão tentar compreender porquê.
Catarina Paulino, investigadora do CBMR, encontra-se a desenvolver um projeto de investigação que visa compreender por que razão o nosso cérebro processa mais rapidamente palavras com valência emocional negativa comparativamente com palavras com valência emocional positiva ou neutra. A investigadora pretende, pois, desvendar por que motivo e através de que mecanismos, ainda sem conhecer o significado da palavra, os indivíduos reconhecem mais precocemente palavras associadas a estímulos negativos.
De acordo com a investigação palavras como “raiva”, “caixão” e “fim” são reconhecidas e processadas mais rapidamente do que, por exemplo, palavras como “flor”, “alegria”, “sossego” ou “abraço”.
Para responder à questão o Grupo de Neurociências Cognitivas procurará identificar, a partir de sensores de respostas galvânicas da pele (que medem a atividade elétrica das glândulas que produzem suor nas palmas das mãos e na ponta dos dedos – zonas mais sensíveis às emoções e aos pensamentos), marcadores comportamentais e cognitivos que permitam elucidar o processo de reconhecimento da palavra escrita.
Além destes testes será também utilizado um equipamento de Eye-Tracking que permite analisar os padrões oculomotores dos indivíduos e o tempo despendido para ler cada palavra bem como o número de vezes em que esta é fixada em cada estímulo visual.
Note-se que esta investigação tem implicações potencialmente importantes uma vez que ajudará a compreender os modelos de reconhecimento da palavra escrita, podendo contribuir para uma melhor adaptação do processo de aprendizagem da leitura e de aquisição de vocabulário na infância.
A confirmar-se a hipótese, fica então a sugestão de que o aspeto emocional pode ser útil para desenvolver e melhorar a habilidade de compreensão da leitura em idades precoces.
A confirmar-se a hipótese, fica então a sugestão de que o aspecto emocional pode ser útil para desenvolver e melhorar a habilidade de compreensão da leitura em idades precoces.