De acordo com um estudo agora publicado pela Global Survival Cancer, Portugal encontra-se entre os países onde há maior taxa de sobrevivência à maior parte dos cancros.
Nos tipos de tumores malignos mais frequentes, como é o caso do cancro da mama e da próstata, Portugal apresenta mesmo percentagens de sobrevivência (ao fim de cinco anos após o diagnóstico) que o colocam no grupo dos países europeus com melhores resultados.
Para Nuno Miranda, diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, os dados que agora surgem não, são, porém, uma novidade. Como afirma: “São dados que já conhecíamos. Estamos no pelotão da frente, no núcleo de países com maiores taxas de sobrevivência, mas isto não é motivo para adormecermos à sombra da bananeira. A mortalidade no cancro colo-rectal é um pouco maior do que gostaríamos”, admite.
Para este estudo coordenado por uma equipa da London School of Hygiene & Tropical Medicine foram considerados quase 387 mil doentes portugueses inscritos em quatro registos oncológicos (Norte, Centro, Sul e Açores).
Os dados indicam que nos cancros do cólon e do recto e também do estômago as taxas de sobrevivência diminuíram um pouco no período compreendido entre 2010-14 face ao quinquénio anterior (2005-09). No cólon passou-se de uma sobrevivência de 60,9% no período entre 2005 e 2009 para 60,3% entre 2010-14. Nos tumores do recto a taxa baixou também ligeiramente e o mesmo aconteceu no caso do cancro de estômago (de 32,4 para 32,2%).
De resto, a situação melhorou nos cancros de mama (no último quinquénio considerado 87,6% das doentes estavam vivas cinco anos após o diagnóstico), da próstata (90,9%), do pulmão (15,7%), do fígado (18,7%), do pâncreas (10,7%) e do melanoma (83,7%).
Nuno Miranda admite estar particularmente preocupado com o cancro que mais mata em Portugal, o do pulmão, em que cerca de 90% dos casos “seriam evitáveis, uma vez que estão associados ao tabaco”. Quanto ao cancro de mama, numa altura em que surgem cerca de seis mil novos casos por ano, a situação está cada vez melhor, mas ainda há cerca de 1600 mortes por ano, enfatiza.
Fonte: Público
Esta nova série de conferências internacionais é lançada numa altura em que emerge a discussão sobre o futuro do investimento na ciência e na inovação na Europa.