A nova geração de tratamentos para o cancro inclui formas de usar as células do sistema imunitário do próprio paciente para matar as células cancerígenas.
A imunoterapia – a ciência de mobilizar o sistema imunitário para combater o cancro – continua a ser um dos objetivos mais perseguidos pelos investigadores de todo o mundo ao longo do último século. Todavia, apenas muito recentemente, esta poderosa estratégia de combate parece estar a ganhar lugar no panorama da oncologia.
Embora durante mais de um século os investigadores e imunologistas tenham tentado várias vias de activação do sistema imunitário contra o cancro, sem sucesso significativo, os últimos anos têm conhecido grandes avanços, com respostas clínicas positivas e um rápido desenvolvimento de medicamentos.
Têm-se acumulado também casos de pacientes em estado terminal que, contrariando todas as tendências, conseguem atingir um estado de remissão. Estas histórias de sucesso são,assim, o culminar de décadas e décadas de um meticuloso trabalho de investigação levado a cabo por cientistas e clínicos.
Recorde-se, neste sentido, que os novos tratamentos, baseados em imunoterapia, incluem medicamentos capazes de manipular os componentes do sistema imunitário e, inclusive, métodos para manipular geneticamente os linfócitos T dos próprios pacientes para que estes possam reconhecer e atacar os tumores.
Os investigadores pretendem agora expandir o uso da imunoterapia como forma de ajudar mais doentes oncológicos. No entanto, os motivos pelo quais apenas um grupo de indivíduos responde aos tratamentos de forma positiva e de que modo se podem aprimorar os métodos para se conseguir atingir a remissão, permanecem ainda uma incógnita.
Para combater esta incerteza e oferecer algumas soluções, estão em curso centenas de ensaios clínicos que visam melhorar as respostas dos pacientes através do uso de terapias combinadas.
Acredita-se que desvendar a raíz celular e molecular da resistência aos tratamento pode facilitar o desenho de novas terapias baseadas nos mecanismos. Os avanços na área do sequenciamento do genoma, nomeadamente através da identificação de biomarcadores preditivos, parecem vir a facilitar o desenho personalizado de novas terapias para cada tipo de paciente.
Estas linhas de investigação, a somar à evidência de que o intestino parece ter, através do microbioma, um papel fundamental na resposta à imunoterapia, estão, assim, a ajudar a desenhar novos caminhos rumo a uma medicina personalizada.
O futuro é já ali e a imunoterapia parece ser a nova revolução para tratar o cancro.
“Têm-se acumulado também casos de pacientes em estado terminal que, contrariando todas as tendências, conseguem atingir um estado de remissão. Estas histórias de sucesso são,assim, o culminar de décadas e décadas de um meticuloso trabalho de investigação levado a cabo por cientistas e clínicos”.